Anderson Soares | Foto: acervo pessoal 

Vivemos um momento de transformação acelerada, comparável à chegada do fogo, da eletricidade e da internet. A inteligência artificial (IA), desenvolvida desde 1956, atinge um ponto de disrupção que redefine a forma de viver, comunicar, educar e trabalhar. Nesse contexto, o Café Filosófico CPFL recebe, nesta quinta-feira (28), às 19h, o pesquisador Anderson Soares, um dos principais nomes da IA no Brasil e referência internacional no tema, para a palestra “Tecnologia, inclusão e inteligência artificial: como a inovação pode ampliar acessos”, com transmissão ao vivo pelo YouTube. A atividade encerra o módulo “A aceleração no divã: sociedade e comunicação na era da IA”, sob curadoria de Marcelo Tas, que propôs transformar o palco do Café Filosófico em um espaço de escuta e elaboração sobre os efeitos exponenciais da tecnologia em nossas vidas, em conexões entre comunicação, subjetividade, inovação e impacto social.

O Brasil tem se destacado no cenário global do uso de IA generativa – tecnologia capaz de criar conteúdo como imagens, músicas e textos. Pesquisa realizada pela Ipsos e Google com 21 mil pessoas em 21 países mostrou que, em 2024, 54% dos brasileiros relataram ter utilizado IA generativa, contra 48% da média mundial. Além disso, 65% dos brasileiros acreditam que a IA é promissora por contribuir em diversas áreas da vida, índice superior à média global de 57%.

Na palestra, Anderson Soares irá discutir de que forma a IA pode melhorar a vida das pessoas, trazendo o olhar técnico e ético de quem formou as primeiras gerações brasileiras com diploma em inteligência artificial.

“Estamos falando muito de inteligência artificial, mas existe toda uma cadeia de atividades afetadas pela IA e pela transformação digital. Acho importante a educação digital permear todas as classes sociais. Um possível caminho é tornar o computador e as atividades digitais comuns no ensino básico, principalmente para crianças e jovens de famílias sem poder aquisitivo”, afirma o pesquisador.

Segundo ele, a inovação pode se tornar uma aliada da inclusão: “Na aprendizagem, isso pode ocorrer de diversas formas, como plataformas de aprendizado personalizadas, tutores virtuais inteligentes e acesso facilitado a recursos educacionais online, superando barreiras geográficas, linguísticas e socioeconômicas. Veja que isso tem uma correlação com processos da saúde, como autocuidado, acesso e busca de tratamentos.”

Sobre o palestrante

Anderson Soares é professor do Instituto de Informática da Universidade Federal de Goiás (UFG), fundador do laboratório Deep Learning Brasil e coordenador do primeiro Bacharelado em Inteligência Artificial da América Latina, que, em 2025, alcançou a maior nota de corte do Sisu na universidade – superando inclusive o curso de Medicina. Foi nesse curso que se formou a primeira mulher especialista em IA da América do Sul. Doutor em Engenharia Eletrônica e Computação pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), atua nas áreas de aprendizado de máquina, deep learning e otimização com heurísticas.

Ambiente inspirador de troca e aprendizado

O espaço do Café Filosófico CPFL, na sede do Instituto CPFL, em Campinas, oferece uma atmosfera convidativa e aconchegante, onde cada detalhe é pensado para proporcionar uma experiência prazerosa. É possível tirar fotos em todos os lugares, incluindo o cenário e o palco. O local possui climatização e é acessível para pessoas com deficiência, além de contar com intérpretes de Libras para garantir a participação de todos. Há, ainda, um serviço de alimentação com cardápio de comidas e bebidas para consumo no local.

Os encontros do Café Filosófico CPFL são presenciais e gratuitos, com entrada por ordem de chegada, a partir das 18h. A classificação é de 14 anos e a transmissão online será realizada no canal do Café no YouTube. Após a exibição ao vivo, as palestras ficam disponíveis na íntegra no canal, podendo ser assistidas ou revisitadas a qualquer momento pelo público. Além disso, uma versão editada é exibida na TV Cultura, aos domingos, às 21h. Vale destacar que os episódios transmitidos pela TV não correspondem necessariamente às gravações feitas durante a semana.

Café para ouvir

Consolidando-se cada vez mais como um produto multiplataforma, com presença estabelecida nos ambientes digital e televisivo, o programa agora também pode ser consumido em formato de áudio. O podcast do Café Filosófico CPFL, disponível no Spotify, revisita reflexões marcantes da trajetória do programa. No episódio “O envelhecer e as metamorfoses do vivo”, disponível a partir desta segunda-feira (25), a psicanalista Hélia Borges analisa como somos impedidos de viver e entender as metamorfoses da maturidade, questionando os modelos científicos e sociais de velhice. Novos episódios serão lançados semanalmente até novembro de 2025.

O Café na TV

Além do encontro presencial no estúdio, transmitido ao vivo pelo YouTube às quintas-feiras, e da mais nova versão em podcast, o Café Filosófico CPFL conta com duas inserções na TV Cultura: o Café Expresso, programa derivado do Café Filosófico CPFL que combina cenários itinerantes com convidados refletindo sobre diversos temas de forma interdisciplinar, além de uma versão editada do Café Filosófico, gravado nos estúdios, em Campinas. Os episódios do Café Expresso são exibidos todas as terças, às 23h, com reprises aos sábados, às 22h. Já a versão editada vai ao ar aos domingos, às 21h.

No Café Expresso que vai ao ar nesta terça-feira (26), tem o terceiro e último episódio da série documental “Brasil e China” que revela como estes dois países que, mesmo distantes entre si, constroem uma relação estratégica que impacta diretamente a economia, a tecnologia, a cultura e as relações internacionais. Explorando o tema “Relações e Conexões”, o vídeo aborda a relação entre Brasil e China a partir da amizade entre uma brasileira e uma chinesa. Por meio de vivências pessoais, tradições e gestos cotidianos, como oferecer presentes ou compartilhar refeições, a obra destaca hospitalidade, costumes familiares e a cerimônia do chá, evidenciando como o diálogo intercultural fortalece laços de empatia e conexão humana.

Já no domingo (31), a versão editada para a TV do Café Filosófico CPFL relembra o episódio “O amor é coisa que se aprende”, em que o psicanalista Contardo Calligaris desenvolve a ideia de que o amor é algo aprendido culturalmente. Ele aponta que, desde o século 18, as narrativas amorosas passaram a afirmar a individualidade frente às regras sociais, tornando-se fundamentais na forma como cada pessoa constrói sua identidade e aprende a amar.

Serviço

Café Filosófico CPFL, ao vivo, com Anderson Soares, pesquisador
Quando: 28 de agosto, quinta-feira, às 19h
Onde: Instituto CPFL
Rua Jorge Figueiredo Corrêa, 1632 - Chácara Primavera, Campinas/SP
Entrada: gratuita, por ordem de chegada, a partir das 18h
Participação on-line: canal do Café no YouTube
Informações: institutocpfl.org.br